Por Tiago Mendonça
As duas vitórias consecutivas de Max Verstappen, nos GPs da Itália e do Azerbaijão, surpreenderam a McLaren e podem ter recolocado o tetracampeão mundial na disputa pelo título de 2025. Agora, ele está a 69 pontos do líder Oscar Piastri e pode vencer o campeonato se descontar, em média, dez pontos por etapa.
É uma missão muito difícil, mas que não se pode duvidar quando se trata de Max Verstappen. A resposta se ele realmente está ou não na disputa deve vir neste fim de semana, no GP de Singapura, justamente a única pista do calendário onde Verstappen nunca venceu.
Depois de dois circuitos que exigiam baixa pressão aerodinâmica e com desgaste moderado dos pneus, agora a Fórmula 1 volta a um traçado que demanda mais uso de asa e que é particularmente exigente com os pneus traseiros, por conta da necessidade de boa tração na saída da maior parte de suas 19 curvas.
É justamente neste território que mora a vantagem da McLaren, com um carro de excelente desempenho aerodinâmico em curvas de baixa e média velocidades, além de um controle mais eficaz da temperatura dos pneus traseiros. Mesmo assim a equipe prefere adotar um discurso cauteloso.
“Com certeza, o Verstappen é uma ameaça. Nas primeiras sete corridas do ano a Red Bull teve um bom desempenho e, recentemente, introduziu novidades no carro que permitiram que ela voltasse a andar na frente. Então, é algo que a gente espera sempre”, revelou Lando Norris, piloto da McLaren.
Apesar da liderança razoavelmente confortável (25 pontos a mais que Norris), Piastri chega a Singapura pressionado depois de três erros em Baku, no Azerbaijão, incluindo o acidente que encerrou sua sequência de 44 corridas sem abandonar – a segunda maior da história da Fórmula 1.
“Erros acontecem, eu sou humano”, justificou Piatri. “Mas é claro que você não quer que eles se repitam e tenta aprender com eles. Tive um fim de semana de folga para me recuperar e espero que a gente volte a disputar a vitória nesta etapa”, comentou o piloto.
O treino que define o grid de largada do GP de Singapura será disputado no sábado, às 10h no horário de Brasília. A corrida, no domingo, será às 9h. Vale lembrar que no horário local a corrida é disputada à noite, o que não poupa os pilotos de temperaturas acima de 30ºC no ambiente e 60ºC dentro dos carros.
Tendo em vista o forte calor e a umidade em Singapura, na casa dos 90%, a FIA classificou a corrida como de “alto risco”, o que torna recomendável o uso de um colete de refrigeração. Os pilotos que não quiserem utilizar, terão de levar lastro no carro para compensar a diferença de peso em relação aos colegas (o colete mais o refrigerador pesam cerca de 5 kg).
Legenda: Oscar Piastri
Foto: McLaren