Por Járcio Baldi
Madrugada de domingo em alta velocidade com o GP da Austrália em Phillip Island. Pela primeira no vez Mundial de MotoGP, estarão ausentes no mesmo Grande Prêmio o atual campeão da temporada e o da temporada anterior, Marc Marquez e Jorge Martin respectivamente. Ambos se recuperam de lesões no ombro. Marc foi operado na última semana em Madrid, mas ainda não tem data prevista para o retorno às pistas, talvez na última prova em Valencia. Martin continua sua recuperação da cirurgia para consolidar a fratura na clavícula ocorrida durante a corrida sprint no Japão.
Durante essa semana foi oficializado o contrato do brasileiro Diogo Moreira na categoria MotoGP, com a Honda LCR de Lucio Cecchinello. O contrato, inicialmente prevê três anos de contrato, mas o chefe da Equipe disse não saber onde o piloto correrá a partir de 2026, já que o contrato foi assinado diretamente com a Honda. Isso pode ser um sinal de que, se o brasileiro fizer uma boa temporada, poderá assegurar uma vaga na Equipe Oficial HRC. “Bem, para ser sincero, o Diogo assinou diretamente com a Honda HRC, que nos pediu para ter o Diogo para 2026. Quanto ao futuro, não sei onde a decidirão colocar o Diogo”, disse Cecchinello.
Apesar do fraco desempenho de Chantra Somkiat nessa temporada, Lucio disse que o Tailandês tem muito potencial, e a Honda e Dorna têm muito interesse no mercado asiático, e finalizou: ‘nunca diga nunca, sobre ver Somkiat de volta em nossa garagem”. Em conversas que tive nos bastidores, ouvi que o piloto tailandês foi trazido precocemente para a categoria, ‘queimando um talento’ do motociclismo. Talvez a confiança da Honda no piloto, fez a empresa colocá-lo na equipe do Mundial de Superbike para não perder o piloto.
Diogo deu uma entrevista ao Periódico espanhol “AS” na quinta-feira em Phillip Island. Perguntado se, estava relaxado após o anúncio oficial disse: “Acho que nunca me senti pressionado este ano e, acima de tudo, só queria fazer bem o meu trabalho, como temos feito. No momento, estou mais tranquilo fora das pistas, porque houve muitas entrevistas me perguntando sobre o meu futuro, e agora a situação se acalmou um pouco.” Em relação ao não à Yamaha, para ir à fabrica das asas douradas afirmou: “A Honda é uma grande, empresa, com muita coisa acontecendo nos bastidores, é por isso que o nome Honda representa tanto. Desde o primeiro momento em que falei com eles, decidi que meu futuro seria com eles. Estou muito confortável com a decisão que tomei.”
Quanto ao bom relacionamento com Marc Marquez, Diogo falou de quando teve inicio essa amizade. “Quando cheguei à Espanha em 2017, o Marc me mandou uma mensagem no Instagram para treinarmos juntos em Alcarrás. Eu surtei quando vi que era ele me dizendo isso. Era de manhã, e eu tinha aula, mas eu disse à minha família que não iria à escola naquele dia e desde então ele foi muito legal comigo, sempre prestativo e atencioso, o que ele continua sendo até hoje.” Uma pergunta sobre o fato de ser brasileiro, e se o retorno do Brasil ao circuito Mundial da MotoGP, teria facilitado sua ida para a categoria principal Diogo respondeu: “Acho que não entrei na MotoGP pela bandeira, mas pelo que tenho feito este ano, pelo que provei, e pronto. Sou muito feliz e grato por ser brasileiro, mas neste esporte, se você for bom, você está lá, e se não for, te mandam para casa” finalizou Moreira.
Vale lembrar que em 2026 Diogo disputará o título de estreante da categoria com ninguém menos que Toprak Razgatioglu, multi-campeão na categoria Superbike. No primeiro treino na Austrália, Diogo ficou com o melhor tempo.
No primeiro dia de treinos, Marco Bezzecchi quebrou o recorde da pista que era de Jorge Martin, diminuindo o tempo em 0,7s. No sábado acontece o treino para a formação do grid e a prova sprint (1h da manhã) e a prova principal será à 0h do domingo com transmissão da ESPN.
Legenda: Diogo oficializou contrato com a Honda
Foto: Jarcio Baldi