Por Tiago Mendonça
A Fórmula 1 está de volta ao Brasil, agora para a 21ª das 24 etapas previstas para 2025. Neste fim de semana tem GP de São Paulo, dando sequência a uma longa história de mais de 50 anos da categoria no País (a primeira prova, sem contar pontos, foi disputada em Interlagos em 1972).
No total, já foram realizadas 53 corridas da categoria no Brasil, sendo 42 em Interlagos; 10 em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro; e até uma extracampeonato em Brasília, organizada em 1974. E o maior vencedor é justamente um dos principais rivais dos brasileiros: Alain Prost, que ganhou seis vezes (1982, 1984, 1985, 1987, 1988 e 1990).
Cinco brasileiros já venceram correndo em casa: Emerson Fittipaldi, em 1973 e 1974; José Carlos Pace, que dá nome ao autódromo, em 1975; Nelson Piquet, em 1983 e 1986; Ayrton Senna, em 1991 e 1993; e Felipe Massa em 2006 e 2008, quando perdeu o título mundial por um ponto.
A corrida de 1975, aliás, marcou a primeira dobradinha do Brasil na F1, já que José Carlos Pace ganhou e Emerson Fittipaldi foi o segundo colocado. Outra prova memorável foi a de 1978, em Jacarepaguá, que teve Emerson Fittipaldi chegando ao pódio com o carro da equipe brasileira Copersucar-Fittipaldi.
Interlagos já consagrou pilotos como campeões do mundo seis vezes na história. Fernando Alonso ganhou os campeonatos de 2005 e 2006 nesta pista, Kimi Räikkönen em 2007, Lewis Hamilton em 2008, Jenson Button em 2009 e Sebastian Vettel em 2012.
A topografia do terreno, cheio de sobe e desce, é um dos diferenciais de Interlagos. A pista tem a terceira maior variação de terreno do calendário, com 43m do ponto mais alto, o S do Senna, ao ponto mais baixo, na Descida do Lago. Só se encontra uma variação maior em Spielberg, na Áustria, com 63,5m; e Spa-Francorchamps, com 102m.
Para vir ao Brasil, a F1 utiliza oito modelos Boeing 747, para carregar 700 toneladas de equipamentos. A chegada é feita no aeroporto de Viracopos, em Campinas, e o desembarque pode levar 12h. A partir daí, os materiais seguem de caminhão para o autódromo. Mas isso é só a parte mais importante, incluindo os carros. O restante dos equipamentos – aqueles que as equipes têm de sobra, como estrutura de montar boxes, por exemplo – vêm de navio e chega cerca de 15 dias antes.
Situado 780 metros acima do nível do mar, Interlagos é a segunda pista mais alta do calendário, perde apenas para a Cidade do México, que fica a 2.200 metros de altitude. E embora não seja um desafio tão grande quanto no México, Interlagos também costuma exigir muito das unidades de potência.
O recorde da pista pertence a Oscar Piastri, que registrou 1min08s899, tempo feito na classificação em 2024. Em condições de corrida, esse tempo sobe um pouco, e o recorde é de Valtteri Bottas, em 1min10s580, em 2018. Com 12 vitórias, a Mclaren é a equipe que mais vezes venceu no Brasil. Mas o ponto curioso é que ela não ganha aqui desde 2012, com Jenson Button.
Legenda: Mclaren é a equipe que mais vezes venceu no Brasil
Foto: McLaren

