Por Járcio Baldi de Brno
Na sala de imprensa dos eventos de MotoGP, jornalistas de todo o mundo não discutem mais quem será o campeão em 2025, mas sim, quando, Marc Marquez será o campeão. O piloto espanhol venceu novamente nesse final de semana na República Tcheca, tornando-se o primeiro piloto Ducati a vencer cinco GPs seguidos, obtendo sua oitava vitória na temporada. A MotoGP não via um domínio como este desde 2019 quando, o próprio Márquez conquistou o seu sexto título em sete anos pela Honda. Marc Márquez parece estar no caminho certo para se tornar heptacampeão da categoria principal. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas seu domínio no GP da República Tcheca prova que dificilmente será batido nessa temporada.
“No final de 2023, decidi apostar em mim mesmo e simplesmente tentar pegar a melhor moto do grid e entender se era possível voltar ao meu melhor nível, e consegui”. “Estou superfeliz”. “É verdade que tive anos difíceis, mas, ao mesmo tempo, cresci muito como pessoa, na minha vida pessoal e profissional e sinto que agora estou um pouco mais maduro e mais calmo” finalizou o ducatista.
Seu companheiro de equipe, Pecco Bagnaia, admite que dificilmente terá condições de disputar o titulo de 2025. “Sempre fui um piloto difícil de ser ultrapassado nas freadas, mas agora a situação é diferente”. “Certamente, a abordagem da temporada mudou depois de tantas corridas, ficando difícil pensar em brigar com o Marc nessas condições” disse Pecco, que finalizou: “Precisamos ser realistas e nos recompor e fazer o melhor que pudermos, mantendo o Alex Márquez como nossa referência”. Praticamente jogando a toalha para o título da temporada.
Jorge Martin teve um ótimo retorno ao Mundial terminando em sétimo. As pulsações do batimento cardíaco do piloto não abaixaram de 195 batimentos por minuto durante toda a prova. “Agora chegaram as férias, que para mim, não serão férias, mas sim hora de recuperar o tempo perdido e treinar duro, treinar com moto, para conseguir melhorar na segunda parte da temporada” disse o atual campeão. E com relação ao retorno à equipe, que o recebeu com festa após a prova, depois de todas as notícias sobre sua saída o piloto falou: “Sim, me emocionou”. “Talvez não tanto na sexta-feira, mas desde sábado acho que já me sinto em casa”. “Quando você tem uma equipe que dá tudo por você, quando você tem um piloto que dá tudo pela sua equipe, podemos nos conectar rapidamente” afirmou. “Tenho que admitir, antes da corrida que eu desabei no meu motorhome e comecei a chorar com meu pai, minha namorada, e com meu treinador, mas foi graças a isso, que consegui liberar a tensão que estava carregando para poder me concentrar na corrida posteriormente”, finalizou.
Gigi Dall’Igna reconheceu que a vantagem técnica da Ducati diminuiu em relação às demais equipes, com os rivais se beneficiando de concessões de desenvolvimento que não estão disponíveis para a marca de Bolonha. “Devemos voltar ao trabalho e não pensar em férias de verão” disse. “Todos os outros têm mais concessões do que nós, começando pelo número de pneus disponíveis a serem utilizados nos testes privados para desenvolver as motos”. “Portanto, este ano, fomos bastante conservadores nos desenvolvimentos que fizemos no início da temporada, então era de certa forma previsível que haveria uma estabilização no desempenho até a metade da temporada” finalizou o chefão da Ducati.
Diogo Moreira, na Moto2, largou dos boxes e deu apenas cinco voltas. Sem chances de chegar ao pelotão da frente, o piloto resolveu se resguardar já que não estava 100% fisicamente. O Grande Prêmio da Argentina terá uma nova casa a partir de 2027: Buenos Aires. O Autódromo Oscar y Juan Gálvez, será totalmente reformado e o traçado da pista atualizado. O local sediou a MotoGP nas décadas de 60, 80 e 90. A próxima etapa acontece no Red Bull Ring Circuit, na Austria em 17 de agosto.
Legenda: O trio do podio em Brno- Marc Bezzecchi e Acosta
Foto: MotoGP