Por Járcio Baldi
Na década de setenta no Brasil, existia um desenho animado produzido pela Hanna-Barbera, que chamava-se “Corrida Maluca”, nunca sabíamos quem seria o vencedor, tamanha a quantidade de tropeços que aconteciam aos corredores. Creio que podemos chamar o GP da França, ocorrido no último domingo, de “Corrida Maluca”. Mas o público presente no autódromo, que bateu o recorde de 300.000 pessoas durante o final de semana, saiu feliz e de alma lavada. Desde 1954 que um piloto francês não vencia em solo nacional, um jejum de 71 anos, além de quebrar a sequência de 22 vitórias da Ducati que continua igualada à Honda nesse recorde.
A Yamaha evoluiu bastante nessa temporada, mas quem pensa que foi o campeão de 2021 e que largava na pole, Fábio Quartararo o autor dessa proeza, está enganado. O vencedor foi nada menos que Johann Zarco, piloto da equipe satélite Honda LCR. Foi a segunda vitória do francês em sua longa carreira na categoria principal. Como? Com a ajuda da chuva que fez a maioria de pilotos largar com pneus secos, mas tiveram que pagar a penalidade de duas voltas longas por trocarem de motos após a volta de aquecimento. A estratégia de Zarco foi permanecer com pneus de chuva. Logo na primeira curva houve um incidente que quase tirou o piloto da prova, fazendo-o passar pela caixa de brita e cair para a décima sétima posição. O francês chegou com uma vantagem de vinte segundos sobre Marc Marquez. O estreante da categoria, Fermin Aldeguer, de apenas 20 anos fechou o pódio.
Peco Bagnaia estava com a mesma estratégia de Zarco, mas ao contrário do francês, no incidente da Curva 2, foi ao chão tocado por Enea Bastianini, tendo sua moto avariada e sendo obrigado a trocá-la por pneus de pista seca. O italiano terminou sem marcar pontos, em 16º. “No atual momento, me sinto muito mal sobre a moto”. “Não consigo ter nenhum retorno quando piloto, ou seja, se faço uma volta super rápida ou vou quatro segundos mais lento, a sensação que ela me dá é a mesma”, disse Bagnaia.
O campeão Jorge Martin teve uma avaliação encorajadora pelo Médico Chefe da MotoGP. “Os pulmões de Martin estão perfeitos e das 11 fraturas nas costelas, apenas três ainda estão em processo de cicatrização”, disse Ángel Charte. Mas uma reportagem está agitando o paddock. Segundo o Motorsport.com Martin pode deixar a Aprilia no final dessa temporada, invocando uma cláusula em seu contrato que o libera de seu segundo ano se ele não terminar entre os primeiros colocados do Campeonato Mundial após o GP da França. Apesar dessa ausência ser devido às quedas, o site AS.com acrescenta que Martin dará à Aprilia seis corridas a partir de seu retorno, para convencê-lo a não exercer essa cláusula e permanecer com eles em 2026. A fábrica de Noale não comentou o assunto. A imprensa italiana afirma que Martin usaria essa cláusula para assinar contrato com a Honda em 2026.
O brasileiro Eric Granado não teve uma boa estréia na temporada da MotoE. Logo no inicio da prova Eric caiu e, quando estava caminhando para fora da caixa de brita foi atropelado pela moto de Raffaele Fusco, que caiu logo após o brasileiro. Granado teve fratura na tíbia da perna direita e será operado na próxima semana em Barcelona. Estamos torcendo pela sua recuperação. Já em relação ao outro brasileiro, Diogo Moreira, na Moto2, parece que seu pódio está amadurecendo. O brasileiro largou na 3ª posição, liderou por três voltas e disputou o pódio até o final, sendo batido pelo veterano da categoria Aron Canet. A próxima etapa acontece 23 de maio na Inglaterra.
Legenda: Zarco Vence na França
Foto/ MotoGP