Novos dados inéditos da Serasa Experian, primeira e maior datatech do Brasil, revelam o cenário de inadimplência do agronegócio no segundo trimestre de 2025. De acordo com o índice, 8,1% da população rural estava inadimplente no período. Houve uma leve alta de 0,3 ponto percentual, que pode ser considerada como viés de alta na avaliação trimestral. Frente ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 1,1 ponto percentual.
“Os indicadores apontam uma piora lenta, porém contínua, na capacidade da população rural de manter-se adimplente. O agronegócio enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos 3 a 4 anos, exigindo atenção e reestruturação. O acompanhamento constante do perfil de crédito é essencial para evitar que produtores se alavanquem além da capacidade operacional, considerando seus perfis de risco. Fatores como custo de produção elevado, variação nos preços das commodities e crédito mais caro explicam esse cenário, reforçando a importância da gestão de risco apoiada por dados e inteligência analítica.” comenta Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian.
Produtores sem registro de cadastro rural são maioria entre inadimplentes
Na avaliação por porte a datatech mostrou que aqueles que atuam “Sem Registro de Cadastro Rural”, ou seja, arrendatários ou participantes de grupos econômicos/familiares, representam a maior fatia de inadimplentes, com 10,5%. Em sequência estão os grandes proprietários, que significam 9,2% do total. “Produtores que precisam arrendar terras, por exemplo, costumam lidar com margens mais apertadas pelo custo extra. E, sobre os grandes produtores, o maior apetite ao risco pode gerar desequilíbrio”, explica o head de agronegócio da datatech. Médios proprietários têm participação de 7,8% e os pequenos, de 7,6%.
Rio Grande do Sul tem o menor índice dentre as Unidades Federativas
O levantamento, realizado com dados proprietários da datatech, também revelou o cenário de cada Estado do país. O Rio Grande do Sul teve a menor inadimplência (4,9%), seguido por Santa Catarina e Paraná. Já o Amapá registrou a maior taxa, de 19,5%.
Concessões advindas diretamente do setor agro têm inadimplência quase zero
Considerando a inadimplência nos setores de endividamento da população rural – credores em que contraíram suas dívidas – o levantamento mostrou que as “Instituições Financeiras”, que financiam atividades no campo, possuem a maior representatividade, de 7,2%. Apesar disso, a fatia de produtores rurais inadimplentes no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” é pouco expressiva, de 0,3% e 0,1%, respectivamente. Ambas as categorias representam produtos e serviços, como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.
“Nesse sentido a cadeia agro tem um cenário positivo sobre a inadimplência. É importante reforçar esse recorte, pois se no geral 8,1% dos produtores estão inadimplentes, nessa visão, o percentual é muito menor”, finaliza Marcelo Pimenta.
Fonte: Assessoria | Serasa Experian

