Por Járcio Baldi
O GP da Grã Bretanha, não foi uma corrida maluca como a de Le Mans, mas podemos dizer que foi uma corrida caótica, com bandeira vermelha logo no início e duas largadas. Fabio Quartararo, pela terceira vez consecutiva, conquistou a pole com a Yamaha, fato que não acontecia desde 2021. O piloto liderava com tranquilidade (mais de 4 segundos de vantagem), mas a oito voltas do final teve um problema com o dispositivo de largada que bloqueou a roda traseira, fazendo-o abandonar a prova. O dispositivo de largada aproxima a moto ao solo, impedindo que a frente da moto levante e perca velocidade. Ele é usado pelos pilotos, também durante a prova nas saídas de curva pelo mesmo motivo (em 2026 será proibido sua utilização durante a corrida). O francês não vence desde 2022.
“Eu sabia que o pneu dianteiro com borracha média não era uma opção para nós porque, ontem na Sprint, terminamos muito bem com o dianteiro, mas muito mal com o pneu traseiro”. “Para ir rápido hoje (domingo), eu precisava frear super tarde, para não desgastar tanto o pneu traseiro, mas aí tive o problema com o dispositivo” afirmou Quartararo. O mesmo problema aconteceu com seu companheiro de equipe, Alex Rins, que ao menos conseguiu chegar ao final da prova, já que o dispositivo de sua moto quebrou na última volta.
Marco Bezzecchi, largou da 10ª posição no grid e estava em 2º, num ritmo bastante forte. O piloto italiano recebeu esse presente do francês e não largou mais dando mais uma vitória à Aprilia que não vencia desde o GP dos EUA em 2024. Essa vitória veio num momento difícil para a fábrica de Noale, pois na semana passada existiram rumores de que Jorge Martin foi sondado pela Honda e poderia deixar a marca. O chefe da equipe Massimo Rivola mandou um regado a Martin, dizendo que a marca pode vencer corridas. “A boa notícia é que achávamos que estávamos no caminho certo, no entanto sem resultados, mas agora provamos isso”, disse ele, referindo-se à crença que a Aprilia sempre teve, e que Jorge Martin aparentemente perdeu, de que este é um projeto capaz de vencer. E continuou: “Nossa missão é ter a melhor moto possível para quando Martin retornar, hoje provamos que a moto pode vencer, mas precisamos fazer isso muitas outras vezes” finalizou Rivola. Johann Zarco, vencedor na França, chegou em segundo mostrando que a Honda está retornando ao topo.
Os irmãos Marquez, foram salvos pela bandeira vermelha, já que Alex caiu logo na primeira curva e Marc caiu na segunda volta, quando passou sobre uma mancha de óleo deixada pelo acidente entre Aleix Espargaro e Franco Morbidelli. Bandeira vermelha e todos os pilotos puderam retornar para a segunda largada, já que não havia sido completadas três voltas da prova. Marc salvou o final de semana chegando em 3º, mantendo a liderança do campeonato. Morbidelli também, já que chegou em quarto, numa bela batalha com o espanhol na última volta, deixando escapar o pódio por 0,01s.
E voltaram os rumores de paddock. Pecco Bagnaia, que caiu mais uma vez, está desgostoso com a equipe, e cogita-se que o piloto pode deixar a equipe (em caso de um comum acordo entre as partes) e seguir para a Yamaha. A Ducati está de olho em Pedro Acosta, que também está descontente na KTM. Ambos possuem contrato até 2026, mas nunca se sabe. Na MotoGP, o lema é: nunca diga nunca. Jack Miller foi anunciado pela Yamaha para participar da prova de enduro: 8 horas de Suzuka.
O brasileiro, Diogo Moreira, conquistou seu primeiro pódio na temporada 2025 da Moto2. O presente de aniversário, dado a seu pai, foi o segundo lugar na Inglaterra. Diogo havia largado na 3ª posição do grid e na última curva foi beneficiado pela disputa entre David Alonso e Aron Canet. O brasileiro ocupa a 5ª colocação no campeonato.
Legenda: Diogo Moreira #10 primeiro pódio em 2025
Foto: MotoGP